A Comunicação Pública nos Estudos em Comunicação no Brasil: o que lemos, quem citamos e como construímos a rede que referenciamos
Resumen
Este artigo discute como se estruturam os estudos sobre Comunicação Pública no âmbito da Comunicação no cenário brasileiro. Para tanto, tem-se como objeto as referências utilizadas em pesquisas sobre o tema que tiveram seus resultados publicados em periódicos do país nos últimos 10 anos (2013-2022). O desenho empírico considerou uma seleção da produção sobre Comunicação Pública em sete revistas (E-Compós, Intercom, Organicom, Reciis, E-Legis, Compolítica e Matrizes), o que resultou em 50 artigos no período selecionado. Destes, foram extraídas 1.310 referências, as quais foram analisadas a partir das técnicas de Análise de Redes e de Conteúdo. Trabalha-se com (a) as redes de citações engendradas, tanto de obras quanto de autores e autoras; (b) os destaques em relação às obras e autores/autoras mais acionados (as); (c) a distribuição temporal das referências utilizadas; (d) origem e tipo de materiais citados que predominam. Os resultados indicam um espraiamento das citações, com poucas obras centrais, o que é um desafio para a consolidação do campo. Nota-se, ainda, que os artigos e livros são os tipos predominantes de referência, havendo concentração de trabalhos dos últimos 10 anos e de fontes nacionais.
Descargas
Citas
Albuquerque, A., Oliveira, T., Jamil Marques, F. P., Miola, E., Mitozo, I., Quesada Tavares, C. & Araujo, M. (2023). A Internacionalização da Pesquisa Brasileira em Comunicação: Desafios e Estratégias. RAE-IC, Revista de la Asociación Española de Investigación de la Comunicación, 10(20), raeic102005. https://doi.org/10.24137/raeic.10.20.5
Albuquerque, A., de Oliveira, T., dos Santos Junior, M., & de Albuquerque, S. (2020). Structural limits to the de-westernization of the communication field: The editorial board in Clarivate's JCR system. Communication, Culture and Critique, 13(2), 185-203. https://doi.org/10.1093/ccc/tcaa015
Aldé, A., Chagas, V., & Bastos dos Santos, J. G. (2013). Teses e dissertações defendidas no Brasil (1992-2012): um mapa da pesquisa em comunicação e política. Compolítica, 3(2), 7-44. https://doi.org/10.21878/compolitica.2013.3.2.43
Amsler, S., & Bolsmann, C. (2012). University ranking as social exclusion. British journal of Sociology of education, 33(2), 283-301. https://doi.org/10.1080/01425692.2011.649835
Bueno, W. da C. (2010). Comunicação científica e divulgação científica: aproximações e rupturas conceituais. Revista Informação & Informação, 15(1), 1-12. https://doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n1espp1
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). (2021). Relatório Quadrienal. https://cutt.ly/6rdb2RRI
Caramelli, B. (2011). O título – arauto da comunicação científica. Revista da Associação Médica Brasileira, 57(4).
Cardoso, E., & Monteiro, M.C.S. (2022). Análise de Conteúdo: perspectivas teóricas e metodológicas no campo da Comunicação. Em L. Wottrich & N. M. Rosário (Org.), Experiências metodológicas na comunicação (pp. 103-122). São Paulo: Pimenta Cultural.
Codato, A., Lorencetti, M., & Bittencourt, M. (2021). Disseram que eu voltei americanizada: a história temática da Revista de Sociologia e Política. Revista de Sociologia e Política, 28. https://doi.org/10.1590/1678-987320287607
Comel, N., Marques, F. P. J., Costa, L. O. P., Kohls, C., & Orso, M. (2023). Who navigates the “elite” of communication journals? The participation of BRICS universities in top-ranked publications. Online Media and Global Communication. https://doi.org/10.1515/omgc-2023-0052
Demeter, M., Pelle, V., Mikulás, G., & Goyanes, M. (2022). Higher Quantity, Higher Quality? Current Publication Trends of the Most Productive Journal Authors on the Field of Communication Studies. Publishing Research Quarterly, 1(20). https://doi.org/10.1007/s12109-022-09893-2
Demeter, M. (2019a). So far, yet so close: International career paths of communication scholars from the global south. International Journal of Communication, 13, 578–602. https://ijoc.org/index.php/ijoc/article/view/10181
Demeter, M. (2019b). The winner takes it all: International inequality in communication and media studies today. Journalism & mass communication quarterly, 96(1), 37-59. https://doi.org/10.1177/1077699018792270
De Oliveira, T. M. et al. (2020). Acabou o quadriênio, e agora?: alguns desafios em relação à avaliação de periódicos na área de Comunicação. E-Compós: Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, 23, 1-18. https://doi.org/10.30962/ec.2373
De Oliveira, T. M., Marques, F. P. J., Veloso Leão, A., de Albuquerque, A., Prado, J. L. A., Grohmann, R., ... & Guazina, L. S. (2021). Towards an inclusive agenda of open science for communication research: A Latin American approach. Journal of Communication, 71(5), 785-802. https://doi.org/10.1093/joc/jqab025
Ding, Y., Liu, X., Guo, C., & Cronin, B. (2013). The distribution of references across texts: some implications for citation analysis. Journal of Informetrics, 7(3), 583-592. https://doi.org/10.1016/j.joi.2013.03.003
Duarte, T. R. (2020). Ignoring scientific advice during the Covid-19 pandemic: Bolsonaro’s actions and discourse. Tapuya: Latin American Science, Technology and Society, 3(1), 288-291. https://doi.org/10.1080/25729861.2020.1767492
Dutta, M. J., & Pal, M. (2020). Theorizing from the global south. Communication Theory, 30(4), 349-369.
Entradas, M., Conejero, J. A., Bauer, M. W., O'Muircheartaigh, C., Marcinkowski, F., Okamura, A., Pellegrini, G., et al. (2020). Public communication by research institutes compared across countries and sciences: Building capacity for engagement or competing for visibility? PLOS ONE, 15(11). https://doi.org/10.1371/journal.pone.0235191
Fort, M., Freitas, R., & Reis, D. (2023). Cenários de um campo em expansão: a comunicação organizacional a partir dos prêmios ABRAPCORP. Revista Latinoamericana de Ciencias de La Comunicación, 22(43), 119-131. https://doi.org/10.55738/alaic.v22i43.1020
Fraga, M. & Durazo-Herrmann, J. (2019). The challenges of public ser-vice broadcasting: A study of the Empresa Brasil de Comunicação. Journalism, 22(10), 2457–2474. https://doi.org/10.1177/1464884919871139
Ganter, S. A., & Ortega, F. (2019). The invisibility of Latin American scholarship in European media and communication studies: Challenges and opportunities of de-westernization and academic cosmopolitanism. International Journal of Communication, 13, 68–91. https://ijoc.org/index.php/ijoc/article/view/8449
Goyanes, M. (2020). Against dullness: on what it means to be interesting in communication research. Information, communication & society, 23(2), 198-215. https://doi.org/10.1080/1369118X.2018.1495248
Lemos, C., & Pinheiro, D. (2023). Comunicação pública da ciência e da saúde no pós-pandemia. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 17(4), 751–756. https://doi.org/10.29397/reciis.v17i4.4060
Marques, A. C. S., & Hernández, E. B. R. (2023). O processo comunicacional de justificação recíproca em Jürgen Habermas e sua importância para a Comunicação Pública. Vozes e Diálogo, 22(2), 47-60. https://doi.org/10.14210/vd.v22n2.p47-60
Martino, L. M. S., & Marques, A. C. S. (2019). A teoria nas livrarias: o circuito de publicação e distribuição como problema epistemológico na Comunicação. PAULUS: Revista de Comunicação da FAPCOM, 3(5), 103–115. https://doi.org/10.31657/rcp.v3i5.94
Marx, J., Blanco, B., Amaral, A., Stieglitz, S. & Aquino, M. C. (2023). Combating misinformation with internet culture: the case of Brazilian public health organizations and their COVID-19 vaccination campaigns. Internet Research, 33(5), 1990-2012. https://doi.org/10.1108/INTR-07-2022-0573
Massuchin, M. G., Quadros, C. I. de, Comel, N., Ioscote, F., Oliveira, P. A. de, & Kohls, C. (2023). A Comunicação Pública no campo da pesquisa em Comunicação: aspectos teóricos e empíricos da produção científica brasileira (2013-2022). Contracampo, 42(3). https://doi.org/10.22409/contracampo.v42i3.59454
Matos, H. H. G. de. (2006). Comunicação Política e Comunicação Pública. Organicom, 3(4), 58-73.
Miola, E. & Marques, F. P. J. (2017). Por uma definição de Comunicação Pública: Tipologias e experiências brasileiras. VII Congresso da Compolítica, Porto Alegre, Brasil.
Newman, M. E., & Girvan, M. (2004). Finding and evaluating community structure in networks. Physical review E, 69(2). https://doi.org/10.1103/PhysRevE.69.026113
OCTI. (jun. 2023). Boletim anual, v.3. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos.
Paasi, A. (2005). Globalisation, academic capitalism, and the uneven geographies of international journal publishing spaces. Environment and Planning A, 37(5), 769-789.
Pinheiro, E. B. (2021). As ações do (des) governo Bolsonaro contra a Empresa Brasil de Comunicação. Compolítica, 11(2), 81-106. https://doi.org/10.21878/compolitica.2021.11.2.535
Pinto, P. A., Brasileiro, F. S., Antunes, M. J. L., & Almeida, A. M. P. (2020). COVID-19 no Instagram: práticas de comunicação estratégica das autoridades de saúde durante a pandemia. Comunicação Pública, 15(29). https://doi.org/10.4000/cp.11288
Quadros, C. I., Ribeiro, R. R., Gradim, A., & Grupillo, A. (2023). A Comunicação da Ciência na Prática: Os Casos da Agência Escola UFPR (Brasil) e do LabCom UBI (Portugal). Revista Observatório, 9(1), a44pt. https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2023v9n1a44pt
Quadros, C.I., Borghi, J. M., Kohls, C. D. (2024) Pesquisadores Brasileiros e Portugueses em Revistas Internacionais: a Comunicação Pública da Ciência em Foco. Trabalha apresentado 47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Univali.
Quesada Tavares, C., Goulart Massuchin, M., & Lima de Sousa, L. (2021). To whom do we call upon when we talk about gender and Communication? Aspects of coloniality and decoloniality from the bibliography used in research on the field. Comunicação Mídia E Consumo, 18(51), 59. https://doi.org/10.18568/cmc.v18i51.2534
Rothberg, D. (2020). O que não é comunicação pública? Percursos de afirmação de um campo científico. Organicom, 17(32), 260-263. https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.17.165923
Rothberg, D. (2024). (Re)conceituando a comunicação pública para enfrentar a desinformação. Organicom, 21(45), 35-47. https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2024.224211
Sampaio, R., & Lycarião, D. (2018). “Eu quero acreditar!”: da importância, formas de uso e limites dos testes de confiabilidade na análise de conteúdo. Revista de Sociologia Política, 26(66), 31-47. https://doi.org/10.1590/1678-987318266602
Sampaio, R. C., Sanchez, C. S., Jonas, D., & Cristina, B. (2022). Muita Bardin, pouca qualidade: uma avaliação sobre as análises de conteúdo qualitativas no Brasil. Revista Pesquisa Qualitativa, 10(25), 464-494. https://doi.org/10.33361/rpq.2022.v.10.n.25.547
Schatto-Eckrodt, T., & Quandt, T. (2023). Two Decades of Journalism Studies: Authorship, Networks and Diversity. Digital Journalism, 1(23). https://doi.org/10.1080/21670811.2022.2142630
Sena, P. R. de C., & Leal, P. P. C. (2021). A (des)caracterização da comunicação pública: a EBC de Temer a Bolsonaro. ANIMUS – Revista Interamericana de Comunicação Midiática, 20(44), 1-18.
Sousa Santos, B. (2003). Para uma Sociologia das Ausências e uma Sociologia das Emergências. In B. Sousa Santos, B. (Org.), Conhecimento Prudente para uma Vida Decente (pp. 237-280). São Paulo: Editora Cortez.
Waisbord, S., & Mellado, C. (2014). De-westernizing communication studies: A reassessment. Communication Theory, 24(4), 361-372. https://doi.org/10.1111/comt.12044
Weber, M. H. (2021). A perversa narrativa presidencial e a comunicação pública. In R. Sampaio, R. Sarmento, & V. Chagas (orgs.). Comunicação e política no contexto da pandemia: breves reflexões. Paraná: Carvalho Comunicação.
Weber, M.H. (2017). Nas redes de comunicação pública, as disputas possíveis de poder e visibilidade. In M.H. Weber & C. Locatelli (Org.), Comunicação pública e política: pesquisa e práticas (pp. 23-56). Florianópolis: Insular.
Weber, M. H., & Locatelli, C. (2022). Realidade e limites da pesquisa empírica em comunicação pública. Matrizes, 16(1), 141-159. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v16i1p141-159
Zupic, I., & Čater, T. (2015). Bibliometric Methods in Management and Organization. Organizational Research Methods, 18(3), 429–472.
Derechos de autor 2025 Michele Goulart Massuchin, Claudia Irene de Quadros, Naiza Comel, Fabia Cristiane Ioscote, Chirlei Kohls

Esta obra está bajo licencia internacional Creative Commons Reconocimiento-CompartirIgual 4.0.